Antônio Vinicius Lopes Gritzbach - Foto: Reprodução
O Globo - O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou em publicação nas redes sociais que as circunstâncias do assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos nesta sexta-feira, serão “rigorosamente investigadas”. Gritzbach havia assinado acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em março e era considerado “peça importante” nas investigações sobre a facção.
“Tudo indica que a ação criminosa ocorrida hoje no Aeroporto de Guarulhos está associada ao crime organizado. Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de seguir combatendo o crime organizado em São Paulo com firmeza e coragem”, escreveu Tarcísio na publicação.
O empresário foi assassinado a tiros no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos (SP), e prometia revelar, em um acordo de delação premiada, a “estrutura hierárquica, divisão de tarefas e modus operandi” do esquema de lavagem de dinheiro da facção.
Gritzbach se comprometeu a ajudar os investigadores na identificação e localização de integrantes da organização criminosa, e também a “apresentar informações referentes à prática de atos de corrupção envolvendo delegados de polícia e policiais”. Também se propôs a revelar bancos de dados e documentos do grupo, a apontar ‘laranjas’ e auxiliar na recuperação “total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela associação criminosa”. O empresário precisaria ainda pagar multa de R$ 15 milhões — sua defesa achou o valor alto e ofereceu R$ 10 milhões, que não foram aceitos.
Em troca, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP ofereceu perdão judicial pelo crime de integrar organização criminosa, a redução da pena por lavagem de dinheiro em até um terço e a imposição do regime inicial aberto em caso de condenação.
Uma das pessoas que Gritzbach prometia delatar é Silvio Luis Ferreira, conhecido como “Cebola”. Apontado como integrante da chamada “sintonia geral” do PCC, setor da facção responsável pelo tráfico, Cebola está foragido da Justiça. Ele é um dos sócios da UPBus, empresa de ônibus que atua na Zona Leste de São Paulo e que foi alvo da Operação Fim da Linha, em abril.
O acordo de delação do empresário com o MP-SP foi homologado em junho pela Justiça. Gritzbach chegou a apresentar prints de conversas, comprovantes de transferências bancárias e contratos entre suas empresas e outros suspeitos de envolvimento no esquema.
Dentre as denúncias feitas por Gritzbach estava a atuação de um integrante do PCC como sócio oculto de agência de jogadores de futebol. Nas conversas, são mencionados atletas de clubes como Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Torino-ITA.
O empresário admitiu ter participado diretamente de atos de lavagem de dinheiro para a facção na venda de dois imóveis em Riviera de São Lourenço, no Litoral Norte de São Paulo, por valores que chegam a R$ 7,3 milhões.
O Gaeco vai acompanhar as investigações a respeito da morte de Gritzbach. A apuração do caso é tocada pelo junto à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um carro supostamente usado pelos atiradores foi apreendido em uma avenida próxima ao aeroporto.
0 comments :
Postar um comentário