O avanço do mar sobre o litoral levou o município de Baía da Traição, no
litoral norte da Paraíba, a decretar estado de calamidade pública. A
cidade de 9.000 habitantes, a 92 km da capital João Pessoa, sofre com a
erosão costeira. Moradores da praia do Forte e outras áreas precisaram
deixar suas casas, e cerca de 20 residências já foram danificadas ou
destruídas pelo avanço do mar.
Segundo informações da defesa
civil municipal, o mar chegou a avançar seis metros em um ano. Um trecho
da pavimentação que dá acesso à Aldeia do Forte, onde ficam as áreas
mais afetadas, desmoronou devido ao avanço de quase três metros de maré
em um pico em outubro. O pedido de calamidade pública foi
aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (Alep) e
entrou em vigência no último dia 07. Com o pedido, a administração
municipal pode solicitar verbas para o estado e a união para ações de
mitigação.
Dentre as medidas planejadas estão o alargamento da
faixa de areia na beira da praia e a construção de estruturas de
concreto em formato de semicírculo para conter as ondas e evitar
desmoronamentos.
O temor é que o mar possa avançar e atingir o
rio Sinimbu, que fica a aproximadamente 30 metros da faixa de areia,
prejudicando o abastecimento de água potável na região. A cidade tem uma
das maiores populações indígenas da Paraíba: cerca de 6.000 habitantes
da cidade são da etnia potiguara.O problema não é novo: em 2010, a maré alta avançou sobre bairros costeiros e danificou mais de 60 casas. A
erosão também desafia a capital João Pessoa, onde está em andamento um
projeto de contenção de erosão que inclui expansão da faixa de areia em
até quatro praias.
Em março deste ano, administrações de João
Pessoa, Baía da Traição e outros sete municípios paraibanos assinaram em
março um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para construir ações
padronizadas no combate à erosão. Os termos foram definidos de
acordo com o Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas
(Preamar-PB), lançado pelo governo estadual para gerenciar intervenções
costeiras e construir recifes artificiais.
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