Foto: Guarda Costeira dos Estados Unidos
O documentarista Brian Weed relatou ao jornal britânico The Daily Mail, neste domingo, sua experiência a bordo do submarino Titan, da empresa OceanGate, que realizava viagens aos destroços do Titanic. No ano passado, em uma dessas expedições, o submersível implodiu devido aos efeitos da pressão do oceano sobre a estrutura. Todos os cinco tripulantes morreram.
— Eu soube imediatamente, sabia que era desastroso. Aquele submarino era uma bomba-relógio e Stockton (dono da OceanGate) era um cowboy. Ele estava economizando e fico com raiva porque as pessoas não entendiam o risco que corriam — disse Weed ao jornal britânico.
Brian Weed seria um dos passageiros de uma viagem anterior do Titan, ocorrida dois anos antes da tragédia que matou, além de Stockton Rush, o mergulhador francês Paul Henri Nargeolet, o britânico Hamish Harding e o paquistanês Shahzada Dawood e o seu filho Suleman.
Weed iria gravar a expedição para o canal de televisão Discovery Channel, mas desistiu após uma experiência desastrosa em um teste. “Disseram-nos para não comer ou beber água por 12 a 24 horas antes, porque não há banheiro lá embaixo”, contou ele ao Daily Mail.
— Estava frio lá dentro. Estava escuro e estranho, havia uma vigia, mas não dava para ver nada dela. Estávamos sentados no chão, não havia cadeiras, nem almofadas — diz Weed ao descrever o interior do submarino.
Segundo o documentarista, em pouco tempo dentro do submersível, eles perderam a energia dos propulsores e os computadores também apresentarem problemas. Com um controle de Playstation para guiar a máquina, Stockton tentava fazer contato com a superfície, mas sem sucesso.
— Aconteceram muitas conversas estranhas porque isso era para ser para a TV. Depois de uma hora ele teve que parar. Ele disse: ‘Isso não vai a lugar nenhum’, e tivemos que voltar a subir. Acho que só descemos 30 metros. Foi um verdadeiro fracasso e houve algumas conversas desconfortáveis — relata.
Weed conta ter questionado Stockton Rush quanto a situações de emergência a bordo do submarino:
— Perguntei o que aconteceria se algo desse errado e conseguíssemos emergir, mas não fôssemos encontrados rapidamente e o oxigênio acabasse. Ele disse, com naturalidade: ‘Bem, você estaria morto — conta Weed, antes de acrescentar — Ele desceu aquela coisa tantas vezes e nunca substituiu o casco – você só pode fazer isso algumas vezes antes de quebrar.
O Globo
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