Uma camisinha não é uma peça de roupa íntima para durar por um longo
período. Tampouco um artefato reutilizável. Porém, ao que tudo indica,
essa compreensão não está clara para todos, a ponto de fazer com que o
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês), nos
Estados Unidos, se visse obrigado a emitir um aviso à população. “Estamos falando porque as pessoas fazem isso: não lave nem reutilize camisinha
.
Use uma nova a cada ato sexual”, escreveu a agência, ligada ao
Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano, em
sua conto no Twitter. Apesar de o CDC não ter comentado mais nada sobre o que teria levado
ao alerta, órgãos da imprensa americana acreditam que a medida pode
estar relacionada a divulgação recente de dados preocupantes sobre as
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Em 2016, o número de casos de gonorreia, clamídia e sífilis foi o
maior desde o início dos registros, atingindo 2 milhões de casos.
Segundo o site da agência, “todas essas três DSTs
podem ser curadas com antibióticos, mas se não diagnosticadas e
tratadas, podem trazer sérias consequências à saúde, como infertilidade,
gravidez ectópica [gravidez anormal que ocorre fora do útero], morte do
feto e um risco aumentado de transmissão de HIV”, diz o site do CDC. De fato, uma revisão da literatura científica revelou quatro estudos
que apontam que 1,4% e 3,3% das pessoas admitiram ter reutilizado o
mesmo preservativo. No entanto, todos as pesquisas alertam que estas são
apenas as porcentagens de pessoas que admitiram fazer isso.
Problemas da reutilização da camisinha
Alguns especialistas alertam que reutilizar ou lavar um preservativo é
como reutilizar ou lavar o papel higiênico. A camisinha é projetada
para ser usada exclusivamente uma vez, o que significa que, ao removê-la
a qualquer momento durante o sexo – mesmo que sem querer -, a pessoa
estará colocando ela e seu parceiro em risco.Além disso, lavar um preservativo de qualquer maneira pode
comprometer a integridade física de ambos. Água e sabão não removem nem
eliminam todos os microrganismos, como o HIV ou a hepatite C, que podem
estar presentes no preservativo após o sexo
. Outro problema de reutilizar um preservativo é que assim as chances de que ele se rompa fica maior.
Tirar a camisinha antes de acabar o ato, não desenrolá-la por
completo, não apertar a ponta para tirar o ar que pode ficar preso ali,
não checar para ver se o preservativo está danificado de alguma forma ou
ainda colocá-la do lado errado, retirá-la, virá-la e usá-la em seguida
são práticas arriscadas e erradas. De acordo com a OMS, ao usar corretamente e constantemente camisinha
, as chances de uma pessoa ser infectada com alguma DSTs, HIV ou hepatite viral são reduzidas em 80% ou mais.
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