
Foto: Carlos ‘Kiko’ Fairbairn
Carlos ''Kiko" Fairbairn, autor da imagem, se dedica à astrofotografia há apenas quatro anos e já ganhou o principal prêmio internacional da área.
Revista Galileu - Carlos "Kiko" Fairbairn, um administrador
por formação, começou a mirar suas lentes para o céu em 2014. Desde
então, fotografou o espaço em diversos países, teve suas imagens
divulgadas pela Nasa várias vezes e ganhou o principal prêmio internacional de astrofotografia há dois anos. Nesta
segunda (30), o dia não foi muito diferente. Fairbairn teve mais uma
fotografia sua destacada pela agência espacial norte-americana no
projeto Astronomy Picture of the Day. A foto captou nada menos do que a Lua de Sangue ocorrida na última sexta-feira (27) e Marte sobre as curvas do Pão de Açúcar, um dos cartões-postais do Rio de Janeiro.

Lua de Sangue de 27 de julho vista no Rio de Janeiro
(Foto: Carlos ‘Kiko’ Fairbairn).
Para
quem se interessa pelo espaço e quer começar a se aventurar na
astrofotografia, Fairbairn recomenda que estude tanto noções de
astronomia quando técnicas fotográficas, que andam juntas nessa
carreira. “Os livros do Carl Sagan estavam sempre na mesa de cabeceira
do meu pai, e muitas vezes conversávamos sobre astronomia na minha
infância”, conta o fotógrafo à GALILEU. “Penso que esse
tipo de informação e influência positiva sempre ficam. Um dia, isso
eclodiu e se juntou à outra paixão, que era a fotografia.” Leia também depoimento que Fairbairn deu à GALILEU contando como começou na carreira.
Além da preparação teórica, as condições do tempo e do local onde o
fotógrafo está também colaboram (ou não) com os resultados do trabalho.
“Minha principal dificuldade é encontrar um céu livre de poluição luminosa. Para isso, tenho que viajar e me afastar de grandes cidades”, exemplifica. Mas
este não foi o caso de sexta-feira, quando Fairbairn não encontrou
problemas para capturar o momento do eclipse. “O que para mim foi muito
bacana. Não tive que viajar grandes distâncias para fazer uma imagem
astronômica e pude fazê-la de dentro da minha cidade, olhando um
belíssimo cartão-postal”, comemora o carioca.
Ainda assim,
Fairbairn já vem apontando esse problema comum entre quem se dedica à
astronomia há algum tempo. “No Brasil, 80% das pessoas vivem dentro das
grande cidades. No mundo, dois terços da população vive em locais onde
não é possível enxergar a estrutura da Via Láctea a olho nu. Somos cinco
bilhões de pessoas que não conseguimos interagir com essa parte
magnífica do cosmos”, discursou durante um TEDxSãoPaulo realizado em 2017.
Em apenas quatro anos de carreira, Fairbairn já foi convidado para diversas palestras e foi agraciado com o Astronomy Photographer of the Year,
principal prêmio internacional de astrofotografia, na categoria de
jovem fotógrafo. Hoje, concilia sua paixão com seu lado administrador e
compartilha suas produções pelo Instagram e pelo Facebook.
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